Mpox: OMS decreta emergência de saúde internacional pela doença; entenda o que isso significa
15/05/2025 04:41:09
Redação com O Globo
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, decidiu declarar que o avanço da mpox constitui uma emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII), o nível mais alto de alerta da organização. A decisão seguiu a recomendação do Comitê de Emergência convocado pelo diretor, que se reuniu pela primeira vez nesta manhã.
— Hoje, o Comitê de Emergência se reuniu e me informou que, em sua opinião, a situação constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional. Aceitei esse conselho — disse o diretor-geral em coletiva de imprensa nesta tarde.
— A detecção e rápida disseminação de um novo clado da mpox no Leste da República Democrática do Congo (RDC) , sua detecção em países vizinhos que não haviam relatado mpox anteriormente e o potencial de disseminação adicional dentro e fora da África são muito preocupantes — continuou.
O que é uma emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII)?
Segundo a OMS, a ESPII é “um evento extraordinário que é determinado como um risco à saúde pública de outros países por meio da disseminação internacional de doenças e que potencialmente exige uma resposta internacional coordenada”. De acordo com a organização, isso implica que a situação é grave, repentina, incomum ou inesperada; traz implicações para a saúde pública além da fronteira nacional do país inicialmente afetado e pode exigir ação internacional imediata.
Por que a OMS declarou emergência de saúde internacional pela Mpox?
Embora os casos globais de mpox tenham caído depois do surto inédito há dois anos, a doença continuou a circular, especialmente nos lugares onde já era endêmica, como a República Democrática do Congo (RDC). No país, as infecções têm crescido de forma alarmante e chegaram neste ano a mais de 14 mil infectados e 524 mortos, impulsionados por uma nova linhagem do vírus.
Como o vírus da Mpox é dividido?
Um dos temores é que a cepa que tem se disseminado não é a mesma do surto de 2022. O vírus mpox é dividido em duas linhagens, chamadas de Clado 1 e Clado 2. A 2, que é mais branda, foi a responsável pela propagação global em 2022, o que foi associado a ela ter adquirido a capacidade de se transmitir por meio de relações sexuais.
Porém, no fim do ano passado, cientistas identificaram uma nova versão do Clado 1, cuja letalidade chega a ser 10 vezes a do Clado 2, que foi batizada de Clado 1b. Ela também passou a ser disseminada pelo contato sexual e é a responsável pela alta de casos na RDC. O número de infecções no país em seis meses neste ano já é igual ao registrado em todo 2023, destacou Tedros Ahanom, e o vírus se espalhou para províncias anteriormente não afetadas.
Além disso, 90 casos de mpox foram relatados em quatro países vizinhos que não tinham registros da doença: Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, todos pela nova cepa. Por isso, na última semana, o diretor-geral da OMS anunciou que havia convocado o Comitê de Emergência para avaliar a situação e orientá-lo sobre a necessidade de instaurar, ou não, o nível mais alto de alerta da organização.
— O surgimento no ano passado e a rápida disseminação do clado 1b na RDC, que parece estar se espalhando principalmente por meio de redes sexuais, e sua detecção em países vizinhos à RDC são especialmente preocupantes e um dos principais motivos da minha decisão de convocar este Comitê de Emergência — disse Tedros na abertura da reunião do grupo, que aconteceu de forma fechada e virtual nesta quarta-feira, às 7h (horário de Brasília).
Publicidade

Mais notícias

Famílias realizam sonho ao receber chaves do Residencial Parque da Lagoa

Maceió recebe os dois primeiros cruzeiros de 2025

Desfiles Natalinos movimentam economia de artistas maceioenses
