Tarifa de 50% dos EUA impacta exportações de Pernambuco e ameaça setores estratégicos

Tarifa de 50% dos EUA impacta exportações de Pernambuco e ameaça setores estratégicos
Foto: Reprodução/Flickr/White House

Por Francês News


A entrada em vigor da tarifa de 50% sobre exportações brasileiras aos Estados Unidos, no dia 6 de agosto, deve causar um impacto significativo na economia de Pernambuco. Segundo levantamento da Agência de Desenvolvimento Econômico (Adepe), o estado pode perder cerca de US$ 205 milhões em vendas externas, com reflexos diretos no emprego e na renda de diversos setores produtivos.


No Sertão do São Francisco, a fruticultura irrigada, especialmente manga e uva, enfrenta riscos imediatos, já que os EUA são um dos principais mercados para esses produtos. Na Zona da Mata e Agreste, o setor sucroalcooleiro sofre com a taxação do açúcar e etanol, que pode comprometer a competitividade das usinas locais.


Já na Região Metropolitana do Recife e na Zona da Mata Norte, as indústrias de aço e autopeças também estão na lista de afetados, colocando em xeque contratos comerciais e a estabilidade do parque metalmecânico e automotivo do estado.


Municípios em alerta


Um levantamento realizado pelo Diário de Pernambuco, com dados do Comex Stat (MDIC) revela que Cabo de Santo Agostinho lidera a lista de municípios pernambucanos mais expostos, com US$ 27,2 milhões em exportações ameaçadas, especialmente plásticos, borracha e instrumentos médicos. Na sequência aparecem Lagoa do Itaenga (US$ 19,6 milhões em açúcar) e Camutanga (US$ 15,69 milhões), ambos na Mata Norte, além de Igarassu (US$ 6,97 milhões) e Recife (US$ 6,01 milhões), que exportam desde produtos alimentícios até componentes eletrônicos.


Apesar da exclusão de alguns produtos da alíquota de 50%, como aço, minério e madeira, retirados por ordem executiva de Trump em 30 de julho, a medida ainda atinge bens essenciais para a balança comercial pernambucana. Petrolina, por exemplo, tem US$ 910 mil em frutas processadas e equipamentos elétricos sob risco, enquanto Sirinhaém e Primavera dependem fortemente das vendas de açúcar.